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sábado, novembro 27, 2010

Demônio

Em 1999, M. Night Shyamalan foi descoberto mundialmente pelo surpreendente O Sexto Sentido, com um roteiro excepcional, produção simples e um final surpreendente. O diretor, roteirista e ator de pontas de seus próprios filmes, foi considerado uma grande revelação dos anos 90, tal qual Quentin Tarantino, embora com estilos diferentes, com marcas autorais, que definem seus filmes.

A revelação, no entanto, se mostrou um tanto quanto arrogante e suas próximas obras foram afastando aos poucos critica e público. Ainda que Corpo Fechado (2000), Sinais (2002), A Vila (2004), A Dama na Água (2006) e Fim dos Tempos (2008) sejam filmes inteligentes e com abordagens pouco comuns é certo que a qualidade das produções foi caindo vertiginosamente até que a Paramount Pictures deu a ele O Último Mestre do Ar, que ainda não vi.

Mas é mais do que certo que sua reviravolta surpreendente está em Demônio, primeira parte de uma trilogia que ele concebeu e produziu, mas se afastou do roteiro final e da direção. Se o diretor está mais humilde eu não sei, no entanto é o melhor filme que ele faz desde Sinais. A sinopse: cinco pessoas ficam presas no elevador de um edifício, um deles é o mal em pessoa. Esse fiapo de história batido e já filmado dezenas de vezes por diretores medíocres e bons em cenários variados ganha força e originalidade graças ao bom contador de histórias que Shyamalan é.

A produção, apesar de simples, é bem cuidada, com atores pouco conhecidos, com a fotografia angustiante e uma trilha sonora que complementa o crescente suspense sem jamais parecer forçada. Vale um prêmio o cartaz do filme mostrando o elevador com uma luz saindo de dentro dele mostrando uma cruz invertida.

Essa inversão também é bem cativante na cena de abertura, também de ponta cabeça, mostrando a Filadélfia, cidade cativa nos filmes do diretor. Os personagens também são cuidadosamente tratados de forma a beirar o caricato, mas sem deixar de ser plausível. Destaque para o ator Chris Messina (Vicky Cristina Barcelona) como um detetive alcoólatra tentando superar a morte de sua esposa e filho.

Se a premissa da história é batida nos filmes do terror, o desfecho já é no estilo M. Night Shyamalan e quem conhece seus filmes já quase consegue entender seu final. Redenção é tema dessa produção. Não é nada biográfico, mas não deixa de ser apropriado. Enfim, o diretor de Sexto Sentido exorcizou seu demônio.

Nota 08

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