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sexta-feira, janeiro 14, 2011

Segurança Nacional

Preparem-se! Quem ainda não viu precisa ter muita cautela ao encarar este filme estrelado por Thiago Lacerda, pois trata-se, sem dúvida da pior bomba já produzida em terras tupiniquins. Produzido para ser uma espécie de “24 Horas” com um forte apoio das Forças Militares, Governo Federal e do Governo do Estado de Santa Catarina (sic!).

Era de se esperar que, com um diretor de novelas da Globo (Roberto Carminati) e vários atores globais (Ângela Vieira, Milton Gonçalves,  Ailton Graça e Viviane Victorette) algo se salvasse. Além de Gracindo Junior, cujo pai deve estar até hoje se remoendo no túmulo. Mas não! É tudo tão ruim desde atuação canastrona de todos, passando pelo roteiro podre e inverossímil (esdrúxulo seria uma palavra melhor) e uma propaganda oficial imbecil das forças armadas, com um ingênuo e irritante apelo patriótico.

A história que se parece um amontoado de episódios desconexos de Jack Bauer mostra a “grande potência” da América do Sul sendo ameaçada por traficantes latinos inescrupulosos que querem, a todo custo, inutilizar o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Para tanto, seqüestram um deputado federal, um embaixador e um senador (nada mal, não é mesmo?) e explodem duas bombas nucleares no Brasil. Mas não se preocupem, que só morrem uns milicos, pois de acordo com os roteiristas da bomba, oops, do filme, uma explosão nuclear na floresta amazônica nos arredores de Manaus ou no litoral de Florianópolis não geram maiores danos.

Se ainda assim você quer ser torturado vendo essa merda, fique atento aos péssimos efeitos visuais. Logo no início da projeção várias explosões num barraco de madeira e o barraco continua lá, intacto. Depois bombas são lançadas no asfalto cujo fogo se consome em segundos e o melhor, não causa nenhum dano no asfalto. E ainda um avião bimotor que é atingido por tiros de uma pistola e solta uma densa fumaça preta que logo some, ainda que o motor da aeronave continue funcionando. Aff.

E o que dizer do roteiro? Ai, ai, ai. Ainda me divirto com os absurdos. Porque não disseram logo que era uma comédia pastelão? O personagem de Thiago Lacerda é chamado para ajudar a localizar e se possível, resgatar os parlamentares seqüestrados citados anteriormente. Além de chegar na base aérea sem saber do que se tratava ainda consegue desperdiçar um minuto ou dois com outro agente da Abin (ah é, esqueci de dizer que nosso herói é agente da Agência Brasileira de Inteligência) para falar de sua namoradinha. Isso é que é patriotismo. Mas tudo deu certo, salvaram-se todos, até o que supostamente tinha sido morto pelos traficantes.

Em outra cena, na perseguição de carro com aquelas explosões falsas pra caramba Lacerda segue para uma festa conversar com a personagem de Ângela Vieira (porque não ligou?) mas nessa festa onde estava o presidente da República ele descobre que a sua namoradinha é filha de sua chefe. E o que acontece a seguir? Ao invés de conversar o assunto urgente ele vai tentar se explicar para o seu amor. Ao que tudo parece, foi só isso mesmo pois na cena seguinte ele está no Força Aérea 1 (Yes, baby) e é apresentado formalmente ao presidente. Mas eles não estavam na festa?

Tão implausível quanto a segunda bomba estar direcionada para acabar com Floripa (e como a Abin descobriu isso?) é o agente Marcos Rocha ir sozinho enfrentar o vilão que também estava sozinho. E depois de imobilizado o vilão, o único personagem razoavelmente convincente, o herói nem pensa em tentar desarmar a bomba. Simplesmente joga sua namoradinha no mar (sim, ela foi pega facilmente pelo vilão) e vai mar aberto o máximo possível para deixar a bomba explodir.

É, com tanto apoio os militares nessa produção e o resultado é esse. Se um dia houver uma real ameaça nuclear por aqui estamos f..., fritos!



Nota 0

4 comentários:

Anônimo disse...

Realmente, o nosso cinema perdeu uma boa chance de ficar com as luzes apagadas, as câmeras desligadas e sem nenhuma ação. Acho que se o mote das bombas atômicas fossem retiradas do roteiro, no mínimo 90% do efeito devastador da bomba seria reduzido. Acho mais proveitoso assistir alguns filmes dos Trapalhões, pelo menos já assistimos sabendo que se trata de comédia, e não COMÉRDIA!!

VINÍCIUS BORGES

Anônimo disse...

Realmente, o nosso cinema perdeu uma boa chance de ficar com as luzes apagadas, as câmeras desligadas e sem nenhuma ação. Acho que se o mote das bombas atômicas fossem retiradas do roteiro, no mínimo 90% do efeito devastador da bomba seria reduzido. Acho mais proveitoso assistir alguns filmes dos Trapalhões, pelo menos já assistimos sabendo que se trata de comédia, e não COMÉRDIA!!

VINÍCIUS BORGES

Anônimo disse...

Por incrível que pareça, o call sign (espécie de identificação de chamada de aeronaves) do Avião Presidencial Brasileiro é Força Aérea 01, ou, oficialmente, FAB-001. Nisso, o filme não pareceu tão fiasquento. Confira em http://pt.wikipedia.org/wiki/Avi%C3%A3o_Presidencial_Brasileiro

VINÍCIUS BORGES

André Alves disse...

Além do desperdício do dinheiro público para patrocinar filme ruim, assim.
Sou a favor do financiamento mas tem que haver critérios. Esse engodo tinha mais que devolver o dinheiro gasto nessa produção mequetrefe!

 
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