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quarta-feira, janeiro 26, 2011

Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos

Apesar do nome comprido, este filme do Woody Allen tem cravados 90 minutos, o tamanho ideal para comédias românticas, ainda que disfarçadas de crônicas sociais, como esta produção se revela. Aliás, comédia romântica tem que ser (parafraseando nosso ex-vice-presidente) que nem vestido. Nem muito curto para nos escandalizar nem muito comprido para nos entristecer. E isso, o diretor tem competência de fazer, ainda que o final fique um pouco em suspense.

Não que Allen não tenha avisado. Logo no início da história ela já havia citado uma frase de Shakespeare em Macbeth: “uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada”. E o que é essa história: a trama de dois (ex) casais em busca de uma virada em sua vida por meio do encontro de um novo amor. Cada tem seus dilemas e motivações,mas nem sempre muito inteligentes.

Alfie (Anthony Hopkins) se separou de Helena (Gemma Jones) e após uma noite de amor (pago) com Charmaine (Lucy Punch) se apaixona e casa, de ímpeto, após de dois meses de namoro (também pago). Helena, desconsolada, busca na bebida e numa cartomante um rumo para sua vida e se descobre esotérica.

Sally (Naomi Watts) é a filha do casal que é casada com Roy (Josh Brolin). Roy é autor de um livro de sucesso e vários fracassos e na inércia criativa se apaixona pela vizinha, Dia (Freida Pnto). Já Sally, cansada do fracasso do marido e percebendo-o cada vez mais distante se encanta por Greg (Antonio Banderas).

Woody, com essas histórias, reforça alguns estereótipos de obras (melhores) anteriores, mas faz com tanta leveza que impossível conter o riso em cenas propositalmente patéticas. Nem sempre o que parece ser o provável é o que revela e os finais comuns de comédias românticas são atropelados. Nenhum destino é conclusivo e aqueles personagens, tão seguros do que querem, se descobrem impotentes diante do destino. E a personagem que ninguém acreditava e que foi levada, ao invés de ir atrás, encontra o tal homem dos sonhos, embora nem de perto um sonho de homem.

O diretor, dono de obras-primas como Noivo neurótico, noiva nervosa; Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar; Manhattan; A rosa púrpura do Cairo e Match Point, está preocupado em uma crônica leve mas com camadas. Se não é o melhor dele, já significa que é acima da média das produções americanas. E para um diretor que desde 1965 entrega praticamente um filme por ano, é uma boa consistência. É uma história cotidiana, com muito som e pouca fúria, apesar da citação. Está mais para Luiz Fernando Veríssimo: é a comédia da vida privada.

Nota 7,5

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